quarta-feira, 10 de junho de 2009

Dos Copos.

Desandas em largo riso e sei o que nos separa:
Há um imenso abismo entre teus dentes brancos
E meus marfins afiados que já se vêem caveira
Ao mastigar a terra

Mas não ressucitemos esses poetas lassos
De vinhos que se enfileiram
Em mesas de outros olhos:
Cavemos nosso próprio eixo
Entre o aço
O silício
O concreto
E o silêncio –
Esse silêncio enorme
De quando bebes
O copo de um só gole

2 comentários:

Marjorie disse...

Para um poeta, um copo de vinho representa a palavra calada, o olhar fugidio, a sede da boca... num gole só.

pensar disse...

Adoro teus poemas fortes e reflexivos.Que um só gole mostra a ansia e o desespero.
Bjs