segunda-feira, 6 de abril de 2009

CANTO LXVII.

CANTO LXVII.

O toque silente e frio
dos dedos da mulher,
assustara sua manhã
envolta em setim ruivo.

Abriu os olhos no instinto
de saber o que ocorria –
e eram dois corpos brancos
num dia prematuro.

Ela lhe pediu calma,
pois nada acontecera,
e talvez aquele susto
fora apenas resquício
de um pesadelo,
um sonho.

Ele aos poucos cedeu.
Mas não diante do pedido:
cedeu diante daquilo
que a manhã frisava
e fazia do seu corpo
um corpo só de desejo.

Então os lábios da noite
deixaram a noite ir.

E à palidez da aurora
um rosto se fez real.

Um comentário:

pensar disse...

Oi Edu, poesias nos nutrem com a delicadesa que fica e a fome que vai.
Que tua semana seja uma intensa poesia.Bjs