Uma roseira cresce
nas grades brancas da casa
há tempos abandonada.
Ninguém lhe priva de espinhos
ou constrange suas flores
ao apanhar cirandas
no que verte dos cheiros.
Ninguém lhe furta espaço,
ninguém lhe toca ou lhe nota,
e ela, vermelha e verde,
pinta um abraço morno
com tintas lisas e fêmeas.
Mas um dia os dias
irão lhe cobrar razões,
irão lhe tomar perfumes,
irão lhe render estufas,
e ela, vermelha e verde,
não mais será a dona
dos donos mortos da casa
há tempos abandonada.
*Sou viciado em casas abandonadas. A imagem simplesmente me remete a tanta coisa que nem sei o que falar nesse comentário. Hoje queria escrever sobre como consegui algumas comprovações acerca do Princípio da Sincronicidade do Jung ou sobre a razão do último poema aqui postado ter sido dedicado ao Guido Emmel. Entretanto, remexendo alguns escritos antigos, coisa de cinco anos atrás, achei esses versos dando sopa e cheguei a conclusão de que os mesmos seriam mais do que apropriados para este final de maio no qual o frio finalmente chega por esses lados do sul do Brasil. Além disso, estou tremendamente chateado por meu artigo semanal ter saído sem algumas palavras-chave em um jornal aqui da cidade. Porém, perfeição é a última coisa que se pode pedir de mim – quanto mais após essas taças de vinho que me atiçam a mente mas me deixam o corpo no ponto do sono. Por isso, PONTO FINAL. Ah, e com certeza essa fotografia aí em cima veio de Portugal. Só não me perguntem porquê.
nas grades brancas da casa
há tempos abandonada.
Ninguém lhe priva de espinhos
ou constrange suas flores
ao apanhar cirandas
no que verte dos cheiros.
Ninguém lhe furta espaço,
ninguém lhe toca ou lhe nota,
e ela, vermelha e verde,
pinta um abraço morno
com tintas lisas e fêmeas.
Mas um dia os dias
irão lhe cobrar razões,
irão lhe tomar perfumes,
irão lhe render estufas,
e ela, vermelha e verde,
não mais será a dona
dos donos mortos da casa
há tempos abandonada.
*Sou viciado em casas abandonadas. A imagem simplesmente me remete a tanta coisa que nem sei o que falar nesse comentário. Hoje queria escrever sobre como consegui algumas comprovações acerca do Princípio da Sincronicidade do Jung ou sobre a razão do último poema aqui postado ter sido dedicado ao Guido Emmel. Entretanto, remexendo alguns escritos antigos, coisa de cinco anos atrás, achei esses versos dando sopa e cheguei a conclusão de que os mesmos seriam mais do que apropriados para este final de maio no qual o frio finalmente chega por esses lados do sul do Brasil. Além disso, estou tremendamente chateado por meu artigo semanal ter saído sem algumas palavras-chave em um jornal aqui da cidade. Porém, perfeição é a última coisa que se pode pedir de mim – quanto mais após essas taças de vinho que me atiçam a mente mas me deixam o corpo no ponto do sono. Por isso, PONTO FINAL. Ah, e com certeza essa fotografia aí em cima veio de Portugal. Só não me perguntem porquê.